quarta-feira, 22 de junho de 2011

História da Onça

Era uma vez uma Onça que convidou todos os bichos para a festa.
Quando chegou lá, todos começaram a dançar. E a onça cantava e dizia para si: “Isto tudo pra meu papo, isto tudo pra meu papo”. Aí o Macaco falou:
Fiquem todos espertos que a Onça quer nos comer.
E tocava viola:
- Ponha o olho nela que a coisa é hoje.
O Cágado aí disse:
- Eu já vou, porque eu tenho minhas botas curtas.
E foi andando. Os bichos fugiram. A Onça foi atrás. Só encontrou o Cágado, mas ele entrou na toca. Ela, então, pôs o Sapo de guarda para não deixá-lo sair. O Cágado, porém, foi esperto: mandou o Sapo abrir os olhos, jogou-lhe uma mancheia de areia e saiu ligeirinho. Quando a Onça chegou, perguntou:
- Ele saiu?
O Sapo:
- Não.
Ela cavou, cavou, chegou ao final do buraco e não encontrou o Cágado. Virou-se para o Sapo e disse:
- Agora eu vou fazer uma coivara e jogar você dentro.
- É do que eu gosto – falou o Sapo.
A Onça teve outra idéia:
- Eu vou jogar você dentro d’água fria.
E o Sapo, em resposta:
Não, amiga Onça, me jogue no fogo.
A Onça levou o Sapo para o rio e o atirou lá.
- Era isso que eu queria! Era isso que eu queria!
A Onça pensou outra coisa:
- Amigo Sapo me ensine a nadar.
E o Sapo lhe disse:
- Pegue uma pedra e amarre na barriga.
A Onça fez o que o Sapo mandou e bebeu foi muita água.


Esta história foi contada por Jocimar de Jesus para a sua professora. Ele é Kiriri e tem 7 anos de idade.  Pode ser encontrada:

BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Histórias Kiriri: fala dos contadores e escrita no português oficial. Brasília: MEC, UFBA, 2000. p. 59 e 60. 



UBUNTU

A jornalista e filósofa Lia Diskin, no Festival Mundial da Paz, em Floripa (2006), nos presenteou com um caso de uma tribo na África chamada Ubuntu.
Ela contou que um antropólogo estava estudando os usos e costumes da tribo e, quando terminou seu trabalho, teve que esperar pelo transporte que o levaria até o aeroporto de volta pra casa. Sobrava muito tempo, mas ele não queria catequizar os membros da tribo; então, propôs uma brincadeira pras crianças, que achou ser inofensiva.

Comprou uma porção de doces e guloseimas na cidade, botou tudo num cesto bem bonito, com laço de fita e tudo, e colocou debaixo de uma árvore. Aí ele chamou as crianças e combinou que quando ele dissesse "já!", elas deveriam sair correndo até o cesto, e a que chegasse primeiro ganharia todos os doces que estavam lá dentro.


As crianças se posicionaram na linha demarcatória que ele desenhou no chão e esperaram pelo sinal combinado. Quando ele disse "Já!", instantaneamente todas as crianças se deram as mãos e saíram correndo em direção à árvore com o cesto. Chegando lá, começaram a distribuir os doces entre si e a comerem felizes.


O antropólogo foi ao encontro delas e perguntou porque elas tinham ido todas juntas se uma só poderia ficar com tudo que havia no cesto e, assim, ganhar muito mais doces.


Elas simplesmente responderam: "Ubuntu, tio. Como uma de nós poderia ficar feliz se todas as outras estivessem tristes?"


Ele ficou desconcertado! Meses e meses trabalhando nisso, estudando a tribo, e ainda não havia compreendido, de verdade, essência daquele povo. Ou jamais teria proposto uma competição, certo?


Ubuntu significa: "Sou quem sou, porque somos todos nós!"


Atente para o detalhe: porque SOMOS, não pelo que temos...

UBUNTU PRA VOCÊ!

Obs: Não sei a fonte, pois este presente me foi passado em forma de e-mail por uma grande e especial amiga!